Depois do recente ataque por piratas informáticos ao site de encontros online Ashley Madison muita gente ficou em pânico. Fundada no Canadá e com 37 milhões de utilizadores em 48 países (em Portugal está desde 2013 e tem registados cerca de 120 mil membros) esta é a segunda maior empresa de namoro na Internet, depois da Match. Os dados agora pirateados incluíram endereços de emails de autoridades do governo norte-americano, funcionários do Reino Unido e da União Europeia, além de informações, por vezes bastante íntimas, de milhões de outros utilizadores.
Se é leitor habitual desta coluna pode estar descansado, pois certamente não está entre aqueles que viram agora a sua privacidade violada, uma vez que a segurança é um tema aqui regularmente abordado. Caso contrário, fica a dica: nunca, em sites onde a privacidade seja crítica, forneça o seu email habitual, e utilize sempre um ‘nickname’ (alcunha), nunca o nome próprio. Caso necessite de efectuar pagamentos online, então utilize entidades intermediadoras de confiança como a PayPal ou MBnet.
A tragédia que se abateu sobre tantos milhões poderá significar o fim dos sites de encontros e de sexo online? Claro que não. Por duas razões principais. Por um lado, este tipo de ataques por parte de ‘hackers’ e a eventual fuga de informações pode tornar vulnerável qualquer organismo que utilize a rede global, inclusivamente governos ou instituições de segurança nacional (recorde-se os casos e as revelações Wikileaks e Edward Snowden), e não apenas sites de encontros pessoais, de cariz erótico ou sexual; por outro, as redes de relacionamentos são essenciais à natureza humana e a Internet é apenas a mais recente das formas de estabelecer ligações interpessoais. Hoje, sabe-se que um terço dos casamentos nos EUA já começa na ‘web’. O desaparecimento de sites que o facilitem seria tão absurdo como acabar com os bailes de finalistas ou as agências de casamento de outrora (sabia que Agustina Bessa-Luís conheceu o marido através de um anúncio de jornal?).
E depois há o sexo! Os mais susceptíveis podem agora fingir olhar para o lado, mas ninguém pode negar que ele é transversal a todos os seres humanos e que, por si só, razão de angústia ou felicidade. Não admira portanto que seja responsável por 10% do tráfego global na Internet e que se busque online o almejado parceiro para o mais antigo prazer das espécies. São inúmeros os sites que o promovem, desde as aparentemente inócuas ‘redes sociais’, com o Facebook à frente, passando pelos sites de ‘dating’, ou encontros para namoro, até aos que sem subterfúgios facilitam abertamente os encontros para sexo. Enumeramos de seguida uma pequena lista, com uma breve descrição, com alguns dos exemplos do sites que facilitam a vida aos mais tímidos ou aos mais ousados, ou simplesmente àqueles a quem o mundo real apenas deixa espaço para viveratravés do mundo virtual.
Match.com, em Portugal chama-se meetic.pt – o mais frequentado site de ‘dating’ do mundo promove encontros para futuro relacionamento sério;
ashleymadison.com – desafiador dos bons costumes, promove a infidelidade através do slogan ‘A vida é curta. Tenha um acaso’;
onedate.com – um site de namoro com muitos inscritos e que foi considerado melhor ‘site de relacionamento online’ no Reino Unido em 2014;
encontrei-te.com – exemplo de site que promove namoro apenas entre evangélicos;
gencontros.com.br – exemplo de site para encontros apenas entre homossexuais.
João Nuno Patrício
CMO YCORN